Prevenir ainda é melhor que remediar

Uma palavrinha antes do texto. Fiquei um tempo sem postar porque tive outras prioridades no momento, mas não porque fiquei sem tempo! – Alguém aí vai entender! (risos). Uma grande amiga me cobrou as postagens, então resolvi unir o útil ao agradável. Por que não escrever um texto sobre o tema da redação do ENEM 2013? O Tema foi: “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”. Segue o texto:

Prevenir ainda é melhor que remediar

Os casos de vidas interrompidas pela consequência trágica da perigosa combinação “álcool e direção” não têm sido poucos. Todos os anos, os números das estatísticas contam a dramática história daqueles que se envolveram em acidentes de trânsito provocados pela embriaguez ao volante.

Lei Seca

No entanto, esta fatídica realidade tem sofrido consideráveis mudanças com a vigência da lei 11.705/2008 que ficou conhecida como Lei Seca. Muito embora se saiba que os índices a ela relacionados tenham mostrado melhoras significativas, medidas isoladas – como elaborar leis desacompanhadas de políticas públicas – podem não surtir o efeito esperado.

Não obstante, campanhas educativas têm sido veiculadas nos meios de comunicação, nas escolas e em outras instituições da sociedade civil. E isto pode ser até bem mais eficaz, talvez em curto ou médio prazo, do que as próprias medidas de fiscalização que geralmente resultam em prisão, pois, em vez de resolver um, agravaria ainda mais, outro antigo problema: a superlotação nos presídios.

Vida e liberdade são direitos naturais e universais que todos os seres humanos deveriam dispor. Mas, precisam ser tutelados para que o direito de um não “atropele” o do outro. Portanto, muito mais do que só “vigiar e punir” torna-se também necessário conscientizar e educar os condutores de veículos motorizados para que aprendam a amar, respeitar e, acima de tudo, valorizar a vida.

A Saúde Pública no Corredor da Morte e A Sobrevivência da Sociedade Brasileira

Como se o número demasiado de Comissões existentes na Câmara Federal já não fosse suficiente…

No último dia 16, foi apresentado um relatório da Comissão Especial do Financiamento da Saúde pelo deputado Rogério Carvalho (PT-SE). Tal relatório sugeriu a criação de mais um imposto para ampliar o financiamento da saúde.

esmola_saude_publica1Segundo o deputado, a Contribuição Social para a Saúde (CSS), aos moldes da extinta CPMF, incidirá 0,2% sobre as transações financeiras acima de 4 mil reais. Assim, em tese, 70% dos trabalhadores brasileiros estariam isentos. Sua estimativa é alcançar algo em torno de 38 bilhões anuais a mais da receita líquida da União já destinada para a área.

Mais do mesmo… É como chamo essas comissões, deputados e impostos. Mentes brilhantes que se ocupam em descobrir novas formas de extorquir da população brasileira “pequenas contribuições”. Contribuiriam muito mais se utilizassem do tempo, por sinal muito bem remunerado, fiscalizando a aplicação dos recursos públicos já existentes.

A saúde pública não está falida, está morta! Só se esqueceu de deitar. E isto, não se deve à inexistência de verbas ou escassez de recursos que justifiquem novos impostos. Não falta dinheiro, falta é vergonha! Uma coisa já bem esquecida, num passado não tão remoto, juntamente com aqueles valores morais tão repudiados e sacrificados por causa do moralismo oportunamente confundido com a moralidade. Aliás, uma palavra em desuso que foi esvaziada de seus sentidos e tornando, assim, ainda mais cínicos aqueles que tentaram apagá-la do dicionário.

saude

Há tempos a “saúde” da sociedade brasileira anda mal. Está doente. Sofre de um mal estrutural: O vírus da corrupção infectou o sistema imunológico das instituições deixando-as completamente debilitadas e irreversivelmente comprometidas. E estamos bem distante de se descobrir a cura desse mal ou uma vacina que pudesse combatê-lo, pois muda seu DNA na mesma frequência em que parlamentar muda de partido político no Brasil – irremediável talvez.

Os sintomas são tão evidentes que não são necessários olhos clínicos, e nem Mais Médicos daqui ou de fora, para constatar seu quadro crônico. Qualquer um pode perceber em suas fétidas erupções cutâneas o seu frágil tecido epitelial corroído. Uma figura mórbida, cadavérica, estendida e abandonada nos leitos dos corredores da agonia. E de lá percorrendo o funesto caminho em direção à sua mal aparelhada UTI, atestando, de uma vez por todas, seu futuro e inevitável óbito.

A Próxima vítima: Saúde privada! Assim também conhecida por causa de sua atual situação! A ANS que o diga, hein?!

Um “Faroeste” urbano

Por Heber Queiros

Sentado à mesa, durante a refeição matinal, acompanhando o noticiário de hoje me deparei com cenas típicas de guerra que me remeteram a um livro que li para um trabalho da escola. Era sobre uma garotinha que viveu em meio aos conflitos entre Bósnios, Sérvios e Croatas, o Diário de Zlata.

Ônibus incendiados, vidros quebrados, caixas eletrônicos destruídos, rojões explodindo, bombas de gás lacrimogêneo sendo lançadas, enquanto balas de borracha eram disparadas e as fumaças escuras subiam. Tal é a descrição de um verdadeiro panorama bélico que em nada deixa a desejar diante das produções hollywoodianas. A única diferença, talvez, seria que estas últimas são de “mentirinha”.

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Um filme com atores anônimos, agentes mascarados e outros fardados protagonizaram episódios de violência, revolta e muita confusão onde o caos desafiava ferozmente a ordem do Estado Democrático de Direito. Representavam, em um único movimento de forças antagônicas, o avanço do vandalismo ao mesmo passo que o da repressão.

Como uma equação em busca de seu equilíbrio, as ações destes criminosos e de seus repressores são inversamente proporcionais à liberdade de expressão e ao Regime Democrático. Em outras palavras, quanto mais vandalismo, maior a repressão; quanto mais repressão, menor a liberdade e quanto menor for a liberdade, mais nos aproximamos de uma Ditadura.

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Receio que este caminho esteja sendo trilhado em passos demasiadamente apressados e que muitos não estão se dando conta do painel que tacitamente se forma no fundo destes acontecimentos, cada vez mais frequentes, e dos riscos a que eles gradativamente nos submetem.

É preciso distanciar o olhar do imediatismo dos eventos para ter uma visão mais holística, conjuntural, juntando as peças do quebra-cabeça que aos poucos vai definindo sua imagem. Direcionar os olhos para onde a “mágica” está sendo feita e não se distrair com o fascínio de seus “truques” porque se você prestar bem atenção, as mágicas não passam de truques.

O debate histérico e os intelectuais diplomados

O debate histérico e os intelectuais diplomados

por Heber Queiros

Há algo hodiernamente que tem me causado certa preocupação e uma profunda inquietação. Trata-se de como as pessoas tem sido iludidas com a falsa ideia de que uma graduação universitária dá a elas autoridade intelectual suficiente para falar sobre tudo com uma propriedade inquestionável. Acreditam que seus discursos estão articulados sob forma de argumento e que se opor a ele é, por si só, um atestado de ignorância e desqualificação para o “debate”.

Parece que o diploma sempre “falou mais alto” e sempre vai falar.  Sem perder o trocadilho, os tais diplomados falam tão alto, quase sempre gritando, em uma histeria descontrolada que as vezes se esquecem de sequer falar ou escrever certo.  Fico na dúvida se o mais difícil para eles é falar ou escrever, mas o que importa mesmo é se comunicar, não é mesmo?

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Não obstante, para eles o ato de ler não passa de decodificação de signos em seus significados mais imediatos como o som que eles produzem quando saem de suas bocas. Semântica para eles é um palavrão e dicionário, “pai dos burros”. Muito pelo contrário, até costumo dizer que o dicionário é o “pai dos inteligentes” porque gera naqueles que o procuram o enriquecimento de seu repertório léxico. Mas, tem que abrir, né? Porque fechado ensina coisa alguma a ninguém! (risos)

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A imaginação e a criatividade lhes foram tolhidos ainda na Escola quando, em nome de uma modernização do sistema educacional, lhes ensinaram “valores, atitudes, competências e habilidades” em detrimento de uma formação verdadeiramente intelectual definida pelos reformadores como positivista, depositária e etc. – Tenho a impressão de que se trata de um processo de reengenharia social aos moldes da psicologia social apresentada por Pascal Bernadin em seu livro Maquiavel Pedagogo, mas isto é assunto para outro momento!

Sendo assim, como é possível discutir sobre qualquer assunto se o interlocutor acredita ser portador da mais intelectual e atualizada das opiniões? Se acredita que suas confusas ideias realmente estão organizadas sob o aspecto formal de um argumento? Se seus pensamentos são produto de uma operação desastrosa de leituras inacabadas, ou sequer iniciadas, sobre assuntos antes debruçados com esmero por alguém? Se seu comportamento foi programado para ser idênticos aos de sua manada?

Diante disto, é impossível discutir ou debater com quem não aprendeu a ouvir primeiro para compreender o que outro fala para somente então encontrar os elementos passíveis de impugnação ou refutação. Infelizmente, quem vence um debate hoje não é o que melhor postula suas ideias coerentemente, mas sim aquele que aprendeu falar mais alto.